sexta-feira, 7 de agosto de 2015

PHILIPPE GUIGNARD S’EST RELEVÉ

Philippe Guignard s’est relevé et dévoile son nouveau projet

OrbeViré par ceux qui ont repris sa société en décembre, le pâtissier s’apprête à rebondir au centre d’Orbe.


Philippe Guignard a pu compter sur le soutien de son épouse, Roselyne, pour leur nouveau défi.Image: OLIVIER ALLENSPACH

C’est tout un symbole. Le 23 septembre prochain, le jour où l’été aura officiellement tiré sa révérence, Philippe Guignard s’offrira sans doute un nouveau printemps. C’est en tout cas ce mercredi-là que le célèbre boulanger-pâtissier d’Orbe se lancera dans une nouvelle aventure, neuf mois après avoir été licencié par le groupe qui a repris sa société. Ce nouveau départ aura pour cadre le numéro 34 de la Grand’Rue d’Orbe, à quelques dizaines de mètres de l’endroit où tout avait commencé pour lui, il y a déjà un quart de siècle.

Mercredi matin sur les hauteurs de Lignerolle où il vit, c’est bel et bien un homme nouveau qui a dévoilé son projet, documents officiels et plans d’architecte à l’appui. Un homme nouveau, certes, mais qui ne peut totalement cacher qu’il sort d’un très long hiver, marqué par une lourde dépression. «J’ai été très gravement malade pendant quatre ans et demi», reconnaît-il sans ambages. L’affirmation est prononcée au passé, comme pour donner un écho positif à ce qu’il confiait il y a quelques mois à 24 heures: «D’abord je dois me soigner et guérir. Cette maladie fait perdre force et lucidité. Mais le travail ne me fait pas peur, j’ai un savoir-faire, je peux repartir.»

Aujourd’hui, Philippe Guignard dit être prêt à recommencer de zéro. Grâce au soutien inconditionnel et indéfectible de Roselyne, son épouse, et de son fils: «Ils ont été gigantesques!» Grâce aussi à ces innombrables messages d’encouragement et de compassion. Venus de toute la Suisse romande, il les a conservés dans un classeur dont il tourne les pages avec émotion, alors que Kiwi, le chat lui aussi fidèle, vient quémander nonchalamment quelques croquettes.

«On aime Orbe»

A l’heure de se relever, la question s’est rapidement posée de savoir où il convenait de renaître. «J’ai eu trois magnifiques propositions: à Talloires (ndlr.: sur les bords du lac d’Annecy (F), à Martigny (VS) et à Orbe.» C’est cette dernière possibilité que le couple a finalement retenue, parce qu’il n’avait pas envie de fuir, même si au début des problèmes, les Guignard n’osaient plus trop sortir et rasaient les murs. «Mais on a reçu tellement de messages. Et puis, on aime Orbe, qui nous l’a toujours bien rendu», relève-t-il.

Evidemment, Philippe Guignard et Roselyne ne sont pas seuls pour ce nouveau défi. Des amis leur ont proposé de financer la création d’une société, Urbagourmet Sàrl, devant donner naissance à la nouvelle enseigne du pâtissier urbigène. Parmi eux, Philippe Pidoux, l’ancien conseiller d’Etat, Urs Rechsteiner (ex-chef de l’état-major de la police genevoise) ou encore un certain Christian Constantin. «Mais il faudrait les citer tous», déclare Philippe Guignard, reconnaissant.

Du coup, le quinquagénaire se sent comme un gamin à l’idée d’ouvrir Guign’art, une boulangerie-pâtisserie-confiserie, doublée d’un petit restaurant de 30?places. «Les trois quarts de nos produits seront complètement novateurs et de haute qualité artisanale», promet le chef. Mais surtout, certains seront confectionnés devant le client. Passé les vitrines du magasin, ce dernier se trouvera face à un meuble noir de 3,7 mètres, derrière lequel Philippe Guignard et deux personnes s’activeront, réalisant des tartes de tomates multicolores, des tourtières de champignons ou d’autres délices saisonniers dont il élabore les recettes depuis plusieurs semaines.

Face aux clients

Ce projet pilote permet au pâtissier de réaliser un rêve qu’il caressait de longue date: renouer le contact direct avec sa clientèle. Aidé de sa petite équipe d’une dizaine de personnes triées sur le volet, il lui réserve d’autres surprises, le dimanche notamment. Une bonne chose n’arrivant jamais seule, on lui a proposé la location de l’espace anciennement utilisé pour des cours de l’école ménagère, à Sergey. Soit à mi-chemin de son domicile et de son lieu de travail. «C’est là que se trouveront nos laboratoires.» Où il pourra préparer de grandes réceptions, des petits plats pour Athletissima? «Non, ça, c’est fini, je suis là pour le freiner», coupe Roselyne. Philippe Guignard ne dit pas le contraire: «Si je fais le fou, ma femme et mon fils me quittent, Kiwi les suit et mon avocat me colle un tuteur.» 

sábado, 1 de agosto de 2015

O Juramento de Rütli – O Pacto Federal de 1291

Der Rütlischwur – Jean Renggli der Ältere – 1891

Em 1291, no final do século 11, a Europa vivia profundas transformações socias. O movimento das Cruzadas retomava aos poucos o comércio com o Oriente. Novas estradas e rotas comerciais eram abertas em nome do renascimento comercial. Era o começo do período que os historiadores mais tarde chamariam de Baixa Idade Média.
Para arcar com os altos custos dos produtos importados do Oriente, os senhores feudais tinham que aumentar a renda dos seus feudos, e começaram então a pressionar os seus servos a produzirem mais.
No território que hoje pertence a Suiça, encravado nos alpes no centro da Europa, os comerciantes europeus, por volta do ano de 1230, reabrem a estrada de Gothard, construída ainda na época áurea do Império Romano. Gothard, por ser uma rota comercial estratégica por ligar o extremo sul ao extremo norte do continente, desperta o interesse das grandes famílias reais, dentre elas, a família real de Habsbourg.
Os camponeses da região, sentindo-se ameaçados com a crescente dominação das famílias reais e do poder dos comerciantes, unem-se para escapar da servidão dos senhores feudais.
Três representantes de Uri, Schwyz e Unterwalden, às margens do Lago dos Quatro Cantões, na pradaria de Rütli, juram leadade e fidelidade mútua. O acordo conhecido como “O Juramento de Rütli” é considerado como o ato fundador da Confœderatio Helvetica.

Wir wollen sein ein einzig Volk von Brüdern, in keiner Not uns trennen und Gefahr.
Queremos ser um único povo de irmãos, não devemos nos dividir em perigo ou aflição.
Wir wollen frei sein, wie die Väter waren, eher den Tod, als in der Knechtschaft leben.
Devemos ser livres, como nossos pais o foram e preferir a morte à escravidão.
Wir wollen trauen auf den höchsten Gott und uns nicht fürchten vor der Macht der Menschen.
Devemos acreditar em Deus todo poderoso e não temer o poder dos homens.”

Na verdade, não há evidências de que o Juramento de Rütli tenha realmente ocorrido. O evento é mencionado pela primeira que vez em 1470, no Livro Branco de Sarnen. Mais tarde no século 16, o Juramento de Rütli aparece na Chronicon Helveticum de Aegidius Tschudi. A obra descreve detalhes do ocorrido e menciona o nome dos três participantes do juramento: Werner Stauffacher de Schwyz, Walter Fürst de Uri e Arnold von Melchthal de Unterwalden. O autor data o acontecimento em 8 de novembro de 1307. A verdadeira data é desconhecida pelos historiadores, mas talvez o relato do século 16 tenha uma certa veracidade.
A evidência material de que a aliança entre os três cantões Uri, Schwyz e Unterwalden de fato existiu é uma carta, datada apenas por um singelo “ínicio de agosto”. A carta, escrita em latim em folha de pergaminho, sela o acordo entre as três regiões e está exposta no Bundesbriefmuseum no cantão de Schwyz.
Depois de realizados testes de carbono 14, historiadores constataram que a carta conhecida como Bundesbrief pode ter sido escrita no ínicio de 1300, mas precisamente em 1309. A data coincide com diversos tratados e alianças acordados no mesmo período.
Se o Juramento de Rütli não passa de uma lenda, não importa. O importante é saber que o pacto federal selado pelos três primeiros cantões suíços de fato existiu e foi fundamental para a formação da Suíça, tal qual conhecemos hoje.

Fonte: Clique aqui (os grifos são meus).

1° DE AGOSTO: DATA NACIONAL DA SUÍÇA


O Dia Nacional da Suíça está relacionado com o Pacto Federal dos Waldstätten (“cantões florestais”), concluído em princípios de agosto de 1291. É o primeiro pacto escrito de que há registro, mas hoje se sabe que não foi essa a primeira aliança entre as três comunidades envolvidas - Uri, Schwytz e Unterwald - os mais antigos cantões da Suíça.

Este pacto foi quase ignorado durante séculos e a criação de uma festa nacional nunca foi considerada. É evidente que sempre houve festas e cerimônias patrióticas.

Em agosto de 1805, por exemplo, realizou-se a primeira “Festa Suíça dos Pastores” nos campos de Unsprunnen. Vieram espectadores de todas as regiões da Confederação, bem como do estrangeiro, para assistir às diversas competições: tiro ao alvo, trompa alpina, luta “à la culotte” (luta tipicamente suíça) e lançamento de pedra.

Porém, foi unicamente no século XIX que se manifestou a vontade de “oficializar” uma verdadeira festa nacional, celebrada ao mesmo tempo em toda a Confederação.

Em 1889/90, com a aproximação do 600º aniversário do Pacto, o Governo e o Parlamento decidiram finalmente que a fundação da Confederação seria festejada em 1º de agosto.

Desde então, esta celebração é organizada anualmente pelos municípios com a colaboração das comunidades locais. Mas durante muito tempo ainda, esta data continuou a ser um dia de trabalho em muitos cantões pois a festa é, por tradição, uma festa noturna. Ao cair da noite, o espetáculo é constituído pelas fogueiras acesas nos cumes, nas cidades e aldeias, e pelos fogos de artifício, muitas vezes organizados a título privado. Alguns discursos, exibições de bandas e o toque dos sinos das igrejas completam o programa.

Em Nova Friburgo, o 1° de Agosto é comemorado todos os anos. A data é marcada pelo hasteamento da bandeira suíça no centro da cidade, em evento oficial organizado pela Prefeitura Municipal, também na Casa Suíça de Nova Friburgo ocorre o hasteamento com a presença de autoridades e representantes das instituições que trabalham em prol do resgate e da difusão da história da imigração suíça e de seus descendentes na cidade e na região. A Festa Nacional Suíça na nossa cidade é ainda um momento de confraternização e de celebração das tradições suíças.

Fonte: Casa Suíça.

FÊTE NATIONALE SUISSE


La Fête nationale suisse (en allemand Bundesfeiertag; en italien Giorno della festa nazionale svizzera; en romanche Fiasta naziunala Svizra; en Rumantsch Grischun di da la festa naziunala) est la dénomination officielle de la Fête nationale suisse. On parle plus simplement de fête nationale ou du premier août. Le1er août est un jour férié officiel dans toute la Suisse depuis 1994.

La fête est célébrée la première fois en 1891, à l'occasion de la commémoration du 600e anniversaire du pacte de 1291 qui est alors choisi comme acte fondateur plutôt que le mythique Serment du Grütli qui était commémoré auparavant. La date du 1er août est déterminée ainsi car ce pacte, qui renouvelle une alliance, est daté du début du mois d'août sans mentionner le jour exact.

Toutefois, l'ancien calendrier julien était en usage à l'époque et comportait alors un retard par rapport au cycle solaire réel, mais ce décalage n'a pas été pris en compte, ni corrigé, par la suite.

HISTORIQUE

La fête nationale suisse se réfère à l'acte fondateur de la Confédération de 1291 conclu par les représentants des trois cantons primitifs : Uri, Schwytz, Nidwald (par la suite rejoint par Obwald). Ce document n'est redécouvert qu'au XVIIIe siècle.

Au Moyen Âge une fête nationale n'existait pas, ce sont les commémorations locales de batailles et de morts qui sont célébrés, aucun événement commun.

Avec l'État fédéral et dans le but de consolider les liens confédéraux entre tous les cantons, tous les partis et toutes les tendances confessionnelles, le besoin se faisait sentir de créer un événement rassembleur. D'autres pays possédaient des fêtes nationales, aussi les colonies de Suisses de l'étranger avaient véritablement besoin d'une fête pour maintenir les liens avec la mère patrie mais aussi pour démontrer l'existence de la Suisse à leur pays d'accueil.

Le 14 décembre 1889 le conseil fédéral propose l'organisation d'une grande fête dans tous les cantons et particulièrement à Berne où la fête, conçue par la confédération, serait combinée avec le 600e anniversaire de la ville de Berne. Mais les Schwytzois pensent que la fête principale doit avoir lieu à Brunnen, le lieu où, selon eux, se déroula la signature du pacte de 1291, ce qu'ils proposèrent. L'assemblée fédérale accepta et décida de laisser Schwytz organiser la fête dans la Suisse primitive.

La première fête dura deux jours, les 1er et 2 août 1891. La Suisse officielle se rassembla le 1er août pour une grande représentation théâtrale à Schwytz avec 960 figurants qui représenta toute l'histoire suisse par des tableaux vivants et des chants patriotiques. La seconde partie, le 2 août, au Grütli était une partie plus émouvante avec la cantate de Tell, promenade en bateau et illumination des sommets alentour avec des feux. D'autre part, pour les fêtes cantonales, locales et des Suisses de l'étranger un programme commun minimum est édicté : 1er août « Sonnerie de toutes les cloches à 19 heures puis feux de joie sur les hauteurs » et pour le 2 août « Service divin avec allocution et caractère patriotique », tout autre événement est laissé à l'appréciation des cantons et communes. La colonie suisse de Paris organisa une fête grandiose dont la date fut avancée au 12 juillet 1891.

La fête nationale de 1891 était prévue comme événement unique. C'est sous la pression des Suisses de l'étranger que l'on commence, à partir de 1899, à la célébrer annuellement.

Le 1er août est un jour férié officiel dans toute la Suisse depuis 1994 seulement. En effet, jusqu'alors le 1er août était un jour ouvrable, seuls quelques cantons (Zurich, Schaffhouse et Tessin) considérèrent cette journée comme fête légale, les autres cantons considérant uniquement un demi-jour férié. Une initiative populaire « Pour un jour de la fête nationale férié » est lancée en 1991, lors du 700e anniversaire afin de rendre le 1er août férié dans toute la Suisse. L'initiative est acceptée le 26 septembre 1993 par votation.

FESTIVITÉS


Le 1er août, chaque commune organise à la tombée de la nuit feu de joie, cortège aux lampions et allocutions, éventuellement un feu d'artifice. Le feu de joie évoque les signaux utilisés autrefois comme moyen visuel de transmission. Le feu de joie est également un reliquat de la fête celte de Lugnasad consacrée au dieu Lug au début du moi d'août. Depuis 1993 des brunchs du 1er août sont organisés dans les fermes ou places de villages. Certaines communes fêtent la veille, soit le soir du 31 juillet. Il est également célébré sur la prairie du Grütli, le lieu où la légende place les premiers Confédérés qui s'y sont réunis pour prêter le serment du Grütli contre les baillis autrichiens.

Les festivités sont uniquement du ressort des communes, il n'y a pas de fête nationale fédérale. Par contre le président de la Confédération suisse prononce un discours qui est diffusé à la radio et à la télévision.


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Na bagagem, um pouco da Suíça

Cada imigrante suíço que desembarcou no Brasil trouxe na bagagem um pouco de seu país. A motivação da viagem varia conforme a época e a história individual: fuga da pobreza, motivos religiosos e ideológicos, busca de liberdade, gosto pela aventura, projetos pessoais ou profissionais, curiosidade científica, globalização da economia.
O painel delineado por esta exposição revela a diversidade de experiências que se mesclaram à sociedade brasileira. A história que os suíços escrevem no Brasil tem momentos de saga heroica, de superação de obstáculos e também muitos finais felizes, pois o encontro entre as culturas revelou-se generoso em criatividade e oportunidades.


Os desbravadores


Os suíços estiveram presentes desde os primeiros momentos da conquista do território brasileiro. Já em 1557 chegaram à baía de Guanabara 14 missionários calvinistas, vindos do cantão de Genebra em busca de uma terra livre de perseguições religiosas.
Durante anos, a vinda dos suíços seguiu marcada pela fé, pela conquista do território e pela transitoriedade. Até o século 19, os que se aventuravam pelo Brasil eram padres jesuítas, soldados mercenários e desbravadores, que não planejavam ficar por muito tempo. Os registros mostram chegadas esparsas, de norte a sul do país.


Nova Friburgo, a primeira colônia


A crise econômica na Europa do século 19 inaugura uma nova etapa na história da imigração dos suíços. Pressionados pela competição dos países industrializados e pelas colheitas minguadas, os suíços deixaram a terra natal em massa. Para fugir da fome, cerca de 2 mil pessoas alistaram-se para emigrar entre 1818 e 1819.
Longas negociações entre o governo português e o cantão de Friburgo definiram os detalhes da chegada desse primeiro grande grupo. Ficou decidido que a colônia se chamaria Nova Friburgo e os imigrantes perderiam a cidadania suíça, tornando-se “súditos do rei de Portugal”.
Os 2.006 suíços que compraram esse sonho vinham de vários cantões: Friburgo, Berna, Valais, Vaud, Neuchâtel, Genebra, Aargau, Solothurn, Lucerna e Schwyz.
Não demorou para o sonho transformar-se em pesadelo. As condições da viagem foram tão precárias que apenas 1.617 chegaram (e 14 bebês nasceram durante a viagem). A região era assolada pela malária. Foi nesse cenário que os suíços pioneiros fundaram a primeira colônia de europeus não portugueses no Brasil.
Diante das más condições, em 1823 os colonos de Nova Friburgo se dividiram. Ficaram na colônia os que tinham melhor situação financeira, e os que não tinham nada a perder partiram para terras mais quentes no Vale do Paraíba e para outras cidades.
Em 1890, um decreto transformou a colônia em cidade.

A miragem da terra prometida

A propaganda dirigida aos suíços que desejavam emigrar, e que idealizava o Brasil como terra prometida, tinha a seu favor uma explosão demográfica na Suíça aliada a um momento de profunda crise econômica. Entre 1845 e 1846, a “doença da batata” (Kartoffelkrankheit) alastrou-se pelas plantações e comprometeu metade das colheitas daquele que era o principal alimento da época.
Essa coincidência de fatores incentivou a vinda de novos grupos a partir de 1850. Os suíços foram nessa época para as fazendas de café do Oeste Paulista, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.


A Revolta de Ibicaba


O regime de semiescravidão era uma ameaça concreta para os cerca de 2 mil suíços que vieram trabalhar nas plantações de café, entre 1852 e 1857. Em 1856, a Revolta de Ibicaba, um protesto de colonos suíços contra as condições de vida na fazenda Ibicaba, em Limeira (SP), criou um incidente diplomático entre Brasil e Suíça. Pouco depois, era extinta a migração em massa para o Brasil.

Dona Francisca, atual Joinville

A história da maior cidade de Santa Catarina começa com o projeto de colonização liderado pelo senador alemão Christian Matthias Schroeder, dono da Sociedade Colonizadora Hamburguesa. Em 1851, chegaram ali 75 suíços e 43 alemães.
Austríacos, belgas, escandinavos, franceses, holandeses e noruegueses integravam também o grupo de fundadores. Eles ocuparam uma área que havia pertencido a Francisca Carolina, filha de D. Pedro I, daí o nome da colônia.
Clima adverso, infraestrutura precária. Dez anos depois de sua fundação, centenas de imigrantes partiram para São Francisco do Sul, São Paulo, Rio Grande do Sul e, principalmente, para o planalto de Curitiba.

Superagui


A Colônia de Superagui foi fundada, em 1852, pelo cônsul suíço em São Paulo, Charles Perret-Gentil, que comprou 35 hectares na região de Guaraqueçaba, no Paraná. Treze famílias europeias, vindas da Suíça, França, Itália e Dinamarca, foram as primeiras a chegar. O pintor William Michaud, que ali viveu, retratou em suas aquarelas as paisagens da região. A colônia prosperou com a plantação de café e com a pesca. Chegou a ter 150 casas em 1879. Com a dispersão dos descendentes dos primeiros colonos, o censo de 1920 registrou apenas 125 moradores.

Outras colônias


Os suíços também estiveram presentes, embora em menor número, em outras colônias espalhadas por todo o Brasil.
No Amapá, fundaram a Colônia de Vila Vistoza de Madre de Deus (1767), entre os municípios de Macapá e Mazagão. Na Bahia, surgiu a Colônia Leopoldina (1818), no município de Mucuri.
No Espírito Santo, a Colônia de Santa Isabel (1846) deu origem ao município de Domingos Martins. Em 1856, os imigrantes fundaram outras duas colônias nesse mesmo estado: Santa Leopoldina, hoje município de mesmo nome, e Rio Novo, município de Rio Novo do Sul.
Em Santa Catarina, os suíços fundaram a Nova Helvetia (1897), no município de Ibirama, a Colônia de Presidente Getúlio (1904) e a de Bom Retiro (1922), em municípios com o mesmo nome.
Em São Paulo, participaram da criação da Colônia Holambra II (1960), no município de Holambra.
No Rio Grande do Sul, fundaram as colônias Santa Luzia e Santa Clara (1824), em Montenegro, atualmente município de Carlos Barbosa, e a Colônia Roca Sales (1881), no município homônimo.

Brasil por opção


Nos séculos 20 e 21, os suíços que se estabelecem no Brasil têm um perfil diferente dos imigrantes suíços que os precederam. Elegem o Brasil para viver por encontrar no país oportunidades e amigos. São artistas, cientistas, empresários.
Na bagagem, trazem espírito empreendedor, respeito pelo ambiente, exigência de qualidade, conhecimento, técnica, criatividade, investimentos. Terminada a Segunda Guerra Mundial, grandes empresas e bancos suíços participaram nos anos 1950 da internacionalização da produção industrial no Brasil. Outro momento de grandes investimentos verificou-se no final dos anos 90, com a liberalização da economia e a privatização de empresas estatais brasileiras.


Suíça e Brasil selaram, em 2007, um acordo de cooperação bilateral nas áreas política, econômica, científica e tecnológica, estabelecendo uma parceria estratégica. O Brasil representa hoje 35% dos negócios suíços na América Latina, segundo dados da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira.